Steve Biko

Biko, Biko, becaaaause... Biko. Ouvir a voz de Peter Gabriel cantando essa musica sempre me deixou intrigada. Nunca soube quem era o tal do Biko e porque essa musica tinha sido feita em sua homenagem.

Alguns anos mais tarde, ja morando fora do Basil, vendo um documentario, descobri que Biko tinha sido um homem corajoso, que tinha lutado pelos direitos de seu povo. Hoje sei um pouco mais.

Steve Biko, estudante de medicina, fez parte de uma nova leva de ativistas negros que romperam o longo periodo de silencio apos a prisao de Nelson Mandela.

Ao contrario de Mandela e do ANC (partido opositor ao governo Afrikaaner na epoca e atual partido do governo), que pregavam a uniao de todos os povos na Africa do Sul, Biko criou o movimento BCM, ou Black Consciousness Movement, que tinha como objetivo restaurar o orgulho negro. Segundo Steve a opressao aos negros era em primeiro lugar um problema psicologico. Os negros aceitavam sua posicao inferior na sociedade por se sentirem cidadaos de "pior qualidade" do que os brancos.

Perseguido pelo governo, preso 29 vezes em 3 anos, isolado na cidade de Kings William Town, proibido de falar em publico, escrever e conversar com mais de uma pessoa por vez.

Enfim, em Agosto de 77, na volta de uma viagem a Cape Town, Biko foi preso durante uma blitz, isolado nu numa solitaria por 20 dias e espancado. Mesmo com graves ferimentos na cabeca, foi torturado brutalmente e mantido acorrentado durante dois dias. Ja num estado pre-comatoso, foi levado na cacamba de um caminhao numa viagem de 700 kms ate Pretoria.

Em 12 de setembro, algumas horas apos chegar a capital, Steve Biko morreu aos 30 anos de idade. A policia afirmou que sua morte tinha sido provocada por uma greve de fome. Por conta de sua fama, a noticia de sua morte se espalhou rapidamente pelo mundo e provocou uma onda de indignacao quanto a brutalidade do regime do apartheid.

No ano seguinte, o promotor da provincia de Eastern Cape anunciou que nao levaria nenhum policial envolvido no caso a julgamento e em Outubro de 2003 o Ministerio da Justica anunciou o arquivamento do processo por falta de provas.