Tam's party

Hoje levei o Antonio à sua primeira festa de aniversário sul-africana. Confesso que estava bastante curiosa para saber como seria uma festa infantil por aqui. Por via das dúvidas, preparei uma mochila com sunga, toalha, uma muda de roupas e protetor solar. Quase todas as casas em Joburg tem piscina e com o calor que fez hoje dei como certo um mergulho.

Só que nao tinha piscina na casa. Ao invés tinha uma estrutura de brinquedos de dar inveja à muita casa de festas. Decoracao nao tinha e a comida - bolo, doces, cheesecake, scones, muffins - era toda feita em casa pela Fiona, mae da aniversariante. Tudo low-profile, bem ao meu gosto.

Foi uma farra! Um pula-pula gigante em forma de castelo, poneis para montar no parque (em frente ao jardim da casa) e até uma demonstracao de um helicóptero de controle-remoto feita pelo tio da Tam encantaram as criancas, que relutaram para ir embora ao meio-dia. Só duas horas de festa nao dá! - reclamaram. Concordei plenamente. Com tanta diversao ao alcance deles foi até injusto terem dado tao pouco tempo para brincar. Mas as festas aqui sao assim, duas horas de duracao ou um pouquinho mais e só. Para os pequenos, uma sacanagem. Para os pais, uma verdadeira glória!

Já estava amando viver aqui e adorando os costumes locais. A festa da Tamlyn, que foi planejada unicamente para divertir as criancas, me mostrou que talvez seja esse o lugar que vinha procurando para criar o Antonio.

Rugby

Adoro esportes e aqui na África do Sul tem algumas paixoes nacionais. O futebol, número 1 no coracao de todos - só que sao ruuuuuiiiins! - e depois vem o rugby, cricket, boxing. Eu gosto de rugby e a selecao nacional é considerada uma das melhores do mundo. Seria natural virar uma ávida torcedora dos 'Springboks', só que...

Há dez anos atrás - to veeeeelha! - quando morava em Hong Kong ganhamos umas entradas para um jogo de Rugby. Mal sabíamos nós que acabávamos de 'hit the jackpot' - ganhamos bilhetes valiosíssimos para o Rugby 7s, o torneio mais especial para os torcedores de todas as partes do mundo. Foi como se tivéssemos ganhado 2 entradas para assistir uma final entre Brasil e Argentina numa copa do mundo. Sem sacanagem...

O Rugby 7s é uma versao rápida e excitante de um jogo de rugby. Um torneio normal conta com mais de 20 jogadores de cada lado, o que causa um jogo truncado e violento. O 7s só conta com 7 jogadores de cada lado (daí o nome), que correm como loucos, dao dribles e fazem misérias o jogo inteiro. Pura emocao!

Nesse dia no estádio, estavam programados vários jogos de semi-finais e a final - tudo no mesmo dia! Em grande fase estava uma das lendas do Rugby Neo-Zelandes, o maori, Jona Lomu. O homem corria como um corisco e dava passes magistrais, arrancando aplausos até da torcida rival. Nem preciso dizer que me apaixonei por seu talento e virei torcedora dos 'All Blacks' pro resto da vida - com direito à camisa do time e tudo.

Uma coisa que nao faco e jamais farei na vida é virar casaca. Por isso quando estamos numa mesa com sul-africanos e o papo é Rugby, me faco de morta.

Saxon Hotel e Mandela

Patrick me ligou do carro e disse: 'I would love a glass of wine'. Decidimos sair e escolhi o Saxon Hotel, que já tinha lido que tem uma cozinha excelente. Chegamos ao Saxon, que fica em Sandhurst (uma das áreas muito exclusivas de Joanesburgo) e um porteiro engomadérrimo nos perguntou: 'Yess?!`(so very british!) . Hi-Fehring-for 2-8:15pm-'sorry we are kind of late'... 'Yesssss?!' o engomado respondeu. 'Are you Mr Fehring? Did you make the reservation yourself???' OK then, park on the left...

Paramos o carro e em 3 segundos... um BMW branco apareceu para nos buscar e levar até a porta de entrada!!! Nesse momento nao tinha mais certeza se estava no Saxon ou no QG da CIA....

Chegamos ao hotel e fomos escortados ao restaurante. Super agradável, ambiente bonito, gente arrumada. Tomamos logo um vinho e descobrimos algo remarkable... essa tinha sido a casa aonde Mandela morou após sair de Robben Island, prisao aonde passou 28 anos de sua vida!!! O governo cedeu a casa. Morou bem o danado!!!

Servico impecável, comida boa, vinho melhor ainda. Mas o melhor da noite foi saber que o querido Nelson, uma das figuras mais importantes da história da humanidade tinha morado lá.

Dr Cobb

Acabei de chegar em casa e corri para escrever. Estou amando essa história de ter um blog! Fui almocar com uma amiga brasileira, a Nani, amiga da Re Abitbol. Conversamos business. Depois peguei o Antonio e levei-o para uma consulta no Dr Cobb. Precisamos tirar um 'Health Certficate' para o nosso visto sul-africano e o Dr Cobb foi quem fez o do Patrick. Entao lá fomos nós...

O consultório fica em Rosebank, um bairro de maioria judaica aqui perto de casa. A clínica, como nao podia deixar de ser, só tinha médico judeus e já me animei para mais uma das minhas queridas 'exploracoes antropológicas'. Sem nenhum preconceito, nem descriminacao, nem nada, eu simplesmente adoro observar diferentes 'tribos'. E os judeus, em particular, acho interessantíssimos!

Esperamos pacientemente 1 hora para ser atendidos e Antonio estava com bicho carpinteiro. Quando chegou nossa vez eu já estava de língua de fora e fui acolhida pelo médico com um sorriso e um comentário 'He's got a lot of energy..!!'

Eu já ía comecar a reclamar quando o médico falou: 'É, eu tenho cinco!' - O que, cinco filhos?! - Quem em sa consciencia tem cinco filhos nos dias de hoje?!!! Pois é, mas os judeus sul-africanos sao assim. Já tinha ouvido falar mas nao acreditei. Hoje passei a acreditar...

Nunca vi um homem falar tao rápido e nossa consulta demorou dez minutos. Mas gostei muito do Dr Cobb e qualquer perrengue vou bater na porta dele.

Telkom

Apesar de estarmos em Joanesburgo há dois meses e meio, ainda nao caiu totalmente a ficha de que estamos na África. A cidade é um lugar ótimo de se morar, super verde, com casas de tirar o folego, milhoes de shoppings centers de última geracao e tudo mais que alguém possa esperar de qualquer cidade grande. Tudo, menos... banda larga!

Fizemos o pedido para a instalacao de ADSL aqui em casa no nosso primeiro dia de Joanesburgo, 14/07/06 e a operadora me informou que demoraria de 6 à 8 semanas. O QUE?!!!!!!!!!!!!!! Eu quase tive uma síncope.

Lá se foram 10 semanas e nada de internet. Aprendi nesse tempo que sou viciada na net e que posso passar sem muita coisa mas sem conexao rápida... nao dá! Acesso discado me tira do sério e a cada dia que passa meu ódio pela Telkom, a companhia telefonica local, aumenta mais.

Hoje - SURPRESA! - meu telefone amanheceu quebrado! - Nao pode ser, nem isso mais eu tenho...!! - Como uma viciada, pensando no meu próximo 'fix' comecei a catar o internet café mais próximo até tentar resolver o problema com uma simples ligacao 'to report a failure'. Em 37 minutes o técnico estava aqui em casa e meia hora mais tarde o telefone estava consertado. Alguém entende isso?